"O melhor ainda não escrito. O melhor está nas entrelinhas". Clarice Lispector




"O melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas". Clarice Lispector

Mysterious Setember - 1º mês em Malaca

Setembro...
mês de agitação, aprendizagem, saudosismo, integração e reconhecimento.

Começo com o soneto do meu amigo José Machado que já está em Portugal. Este soneto foi feito quando visitámos Singapura...mas o pensamento estava no bairro português de Malaca.

"No Bairro Português ouvi a voz
De meus antepassados destemidos,
Em danças e cantares agora unidos
Num voto de futuro a todos nós.

O tempo acumulou muitos sentidos,
Pressões e compromissos de vontade,
Vincando sempre o dom da liberdade
Na busca dos recursos pretendidos.

Preservam-se as raízes da mistura
E criam-se outros modos para as ver
Em casos de confronto ou de ternura.

E assim vamos seguindo dia-a-dia
Com outros a fazer-nos companhia
Na arte e no engenho de viver"

José Machado, http://mineirodejales.blogspot.com/

ao qual eu respondo na sua ausência:

Viemos descalços de malas na mão
Por uma terra longínqua desenhada no mapa
Pisamos o chão entre vitórias e derrotas
Atracamos a alma junto ao Estreito de Malaca.

Noite e dia.
Dia e noite.

Descobrimos pinturas de pedra
Rostos de esperança que preservam a nossa identidade
Dançamos entre o calor e o desafio
Bebemos e brindamos com saudade.

Noite e dia.
Dia e noite.

Os pescadores continuam a lançar a rede
As mulheres continuam a cozinhar o peixe
As crianças brincam ao peão
E dançam ao som do malhão, malhão.

Noite e dia.
Dia e noite.
Passado ou evolução?
Pergunto ao tempo na tua ausência:
Porque é que demorámos tanto tempo?

4 comentários:

  1. Nao tenho palavras....Foi escrito por ti???snif...

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  2. O primeiro foi escrito pelo José. Eu depois respondi em forma de poema :) são os portugueses de Malaca que me inspiram ...

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  3. Daqui saúdo todos os portugueses de Malaca. Um povo que desconhece o seu passado nunca terá futuro.Com a minha modesta contribuição poética (preferencial forma de expressão da minha alma)direi presente a esta nobre causa de manter nesse canto do mundo a poesia de Portugal, a chamada mâe de todas as artes.
    João Silvestre

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